Carlos Denílson Tomé Cunha, contista, cronista, romancista, poeta e compositor, é membro da Academia de Letras de Santa Inês - MA, membro da Academia Vianense de Letras - MA, e membro do Coletivo Vozes do Vale - MA, entre outras conquistas e prêmios, recebeu o Título de Cidadão Vianense em 2005, obteve o 1º Lugar na categoria poesia na I Semana Cultural Samuel Barreto, 2º Lugar na categoria poesia na III Semana Cultural Samuel Barreto, em 2008 participou enquanto convidado de honra, das solenidades comemorativas dos 750 anos de Viana do Castelo em Portugal, também traz em sua trajetória artística o lançamento do CD Toninho Rabelo E Carlos Denílson Perfil.
Lançamento do livro DO EU AO OUTRO
Carlos Vinhorth, natural de Santa Inês - MA, é o filho caçula de Bernardino Vinhorth Campos e Luiza Tomé Cunha. Autor dos livros VIDA E MORTE DA CUTIA, DO EU AO OUTRO, e SANTUÁRIO DE AUSÊNCIAS, coautor das antologias SAFRA 90, TECIDO TEMPO “AML”, NORDESTES “SELO OFF FLIP”, e O QUE NÃO CALOU DENTRO DE NÓS.
SONETO À POESIA DE MINHALMA
Escrevo sobre a areia a poesia de minhalma
Para que o vento a leve mundo afora
E sopre em cada rosto, em cada aurora
Do furor de seus versos a mais pura calma
A brotar em todo ouvido sementes desta lavra
Fazer sentir sem ter sentido
A arte de ver o invisível
A mais ínfima essência da palavra.
Há uma sede de justiça em cada ode
Arranco versos à medida que o peito explode
Com que sofre a humanidade ao rigor
Para que o mundo sinta toda a nostalgia
Que um poeta sangra sem poesia
Como sangra um coração sem amor
Carlos Vinhorth.
ENTRE A CHAGA E A CURA
1º Lugar na categoria poesia na I Semana Cultural Samuel Barreto
minha alma nômade
pôs-me no olho da rua
nada do que me consome
sobrevive
mas sempre escapo
dos meus naufrágios
e sigo sangrando as horas
para matar o tempo
enquanto um cardume de silêncio
anuncia
a ópera dos dias
o que sagra a flor de lótus
o rancor da lâmina
o pacto de alma
entre mim e a palavra?
só uma definição me cabe
sou esta pedra
esta pérola
esta flor embrutecida
que entre a chaga e a cura
minha eternidade apodrece
minha morte não dura
Carlos Vinhorth
OBRIGAÇÃO DA SEMENTE
2º Lugar na categoria poesia na III Semana Cultural Samuel Barreto
como quem vive da terra
sem terra
eu planto sonho com as mãos
sonhos profundos
sem latifúndio
o que enche a barriga de fome
não alimenta o homem
é obrigação da semente
que o fruto cresça
e floresça
sal a sal
sol a sol
nessa lavra
arada
de pedra
e
pó
de crepúsculo
em crepúsculo
a vida segue seu curso
no solo
no colo
das manhãs
a colheita de bom grado
o fruto sagrado
enchem barriga da fome
a gestar esperanças
no chão do homem
sob ferro e concreto
é da natureza humana
nascer das pedras
florescer os desertos
Carlos Vinhorth
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